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Date :  2003-01-26
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Noam Chomsky é uma das estrelas do FSM 2003

O lingüista acredita que o governo Lula enfrentará grandes dificuldades para cumprir as promessas de reforma social porque elas "não interessam à maioria dos investidores"


Na tarde de ontem, o lingüista norte-americano Noam Chomsky, 74 anos, foi o convidado de honra em uma festa que reuniu 2 mil convidados de diferentes países no Assentamento 30 de Maio, área de 850 hectares onde vivem 46 famílias, em Charqueadas, na Região Metropolitana. A festa deflagrou uma campanha mundial para pressionar o Unesco, braço cultural das Nações Unidas, a declarar as sementes como patrimônio da humanidade. Isso impediria as corporações de patenteá-las ou mesmo manipulá-las em laboratório, como é o caso das transgênicas.

O evento foi organizado pela Via Campesina, articulação de 74 movimentos sociais instalados em 80 países. No Brasil, o principal filiado é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Chomsky chegou ao assentamento no meio da tarde, depois de 30 horas de vôo. Almoçou – arroz, salada verde e pão – e tomou uma latinha de refrigerante.

No final da tarde, depois de plantar um cedro, sentou-se em um toco de eucalipto, perto de um painel da Via Campesina, e falou com um aflito batalhão de jornalistas. O ativista antiglobalização lembrou que o presidente João Goulart tentou fazer as reformas de base no país em 1964 e "não conseguiu porque os Estados Unidos não as queriam". Os donos do capital também são contra as reformas sociais porque elas afetariam o lucro. Porém, o golpe militar está fora de moda. Segundo Chomsky, isso não é mais necessário porque os países, como Brasil, estão encaixados dentro de um modelo econômico onde são manipulados segundo a vontade do dono do investimento. “O investidor pode sufocar um país sem precisar de militares para dar golpe. Apenas manipula o fluxo de capital. Basta ver as atuais taxas de juros”, disse.

Perguntado sobre o impacto que as declarações de Lula tiveram entre os grandes empresários que participavam do 33º Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Chomsky respondeu de maneira direta. Disse que toda a situação descrita pelo presidente brasileiro é do conhecimento dos donos do capital. Para ele, o que os empresários queriam saber era o tamanho do apoio popular que o presidente tem. Isso guiará as ações dos investidores no país. Dentro desse contexto, explicou, são fundamentais os movimentos populares bem articulados e destacou o papel que da Via Campesina. Para o lingüista, se o presidente eleito seguir as orientações econômicas de instituições como o Banco Central dos Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional (FMI), não conseguirá fazer as reformas necessárias. A recomendação foi de que o Brasil consiga apoio de outros países para implantar um modelo diferente do receitado pelos organismos internacionais.

Chomsky acredita que esse modelo é possível porque se vive o "fim de uma época", que seria a exaustão do que é hoje conhecido como capitalismo. Como exemplo, ele citou o encontro de Davos, onde o tema central deste ano é construir a confiança. Nessa reunião, o pessimismo virou o assunto do dia. Uma pesquisa sobre a confiança da população dos países ricos em seus governantes divulgada no encontro mostrou que o maior índice de confiança das pessoas é nas ONGs e, em último lugar, vêm as autoridades.

Indagado por um jornalista europeu se era possível evitar a guerra Estados Unidos contra o Iraque, respondeu que “gostaria de ser mágico para evitar. Mas não sou”.

João Pedro Stedile, um dos fundadores do MST, foi o anfitrião de Chomsky. Stelide disse que, além de ser um pensador brilhante, o lingüista é um dos homens mais coerentes que conhece. No final da tarde, Chomsky falou rapidamente à multidão. Elogiou o MST e disse acreditar que os movimentos populares estão fazendo história.

Carlos Wagner
Agência RBS


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