Com um orçamento de cerca de R$ 8 milhões, a estrutura do 3º Fórum Social Mundial começa a aparecer timidamente e aos poucos Porto Alegre retoma o clima de capital mundial das esquerdas. Os turistas estrangeiros ainda não desembarcaram na cidade, não há cartazes nas ruas e nem folders entre a população, mas uma gigantesca estrutura de ferro e lona de 2,7 mil metros quadrados já chama a atenção de quem passa pela beira do Guaíba, entre a Usina do Gasômetro e a rotatória próxima ao Fórum Central.
Com capacidade para 3 mil pessoas sentadas, esta será a Sala 5 do Fórum Social, onde haverá conferências e testemunhos. O local também será utilizado para reuniões de delegados do FSM. Entre as estrelas que pisarão na megaestrutura em construção estará o físico austríaco Fritjof Capra, autor do livro O Tao da Física. A presença do austríaco foi sugerida pela coordenação do Acampamento Intercontinental da Juventude e confirmada pelo próprio físico há dois dias.
Erguida às margens do Guaíba, a tenda branca terá ar condicionado, piso acarpetado e mais de 30 holofotes. Com os auditórios do Centro de Eventos da PUCRS e o Gigantinho, o espaço comporá alguns dos principais endereços dos debates do fórum. Outras cinco tendas menores, com mil metros quadrados e capacidade para 800 pessoas, também estão sendo construídas no mesmo local por cerca de 15 operários e técnicos da empresa paulista Eurotent.
Tudo estará pronto até o dia 16, segundo informou ontem o gerente técnico da Eurotent, Fábio Sotano. A Sala 5 será vizinha do Acampamento da Juventude, que este ano está sendo chamado de Cidade das Cidades em razão da previsão de receber mais de 30 mil campistas. Ontem à tarde, dezenas de jovens trabalhavam na construção da estrutura do acampamento que deverá se transformar num grande evento paralelo ao Fórum. Além das tradicionais barracas de lona, que já começaram a ser armadas e ocuparão uma área de pelo menos 2 hectares de sombra do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, os visitantes também estarão alojados em espaços bioconstruídos – casas de taipa leve, paredes de bambu e telhado tetrapac (material das caixas de leite). A Cidade das Cidades será planejada por estudantes de arquitetura envolvidos no projeto de bioconstrução, segundo informou Adriano Marcelo Santos, um dos coordenadores do acampamento.
Rodimar Oliveira
Agência RBS