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Date :  2007-12-11
langue :  Portugais
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Entrevista com Salih Osman, Prémio Sakharov 2007: "Não há paz sem justiça"

Salih Osman, advogado pelos direitos humanos e deputado ao parlamento sudanês, recebe hoje o Prémio Sakharov 2007 para a Liberdade de Pensamento. O Prémio, atribuído anualmente há 19 anos, destina-se a reconhecer indivíduos ou organizações que se destacaram na luta contra a opressão e a injustiça em todo o mundo. Em entrevista exclusiva, o vencedor deste ano apelou aos líderes europeus para que mantenham a sua responsabilidade moral, ética e legal e protejam o povo de Darfur do genocídio.


O Parlamento Europeu decidiu atribuir-lhe o Prémio Sakharov 2007 pelo seu empenho na defesa da democracia, do diálogo e da legalidade. Poderá este Prémio contribuir para o seu trabalho contra as injustiças e a impunidade na região de Darfur?

- "Estou muito satisfeito com o reconhecimento do nosso trabalho de defesa dos direitos humanos no Sudão e, em particular, na região de Darfur. Desenvolvemos o nosso trabalho num ambiente hostil, em permanente risco de intimidação, prisão, detenção, tortura... Mas ficar ao lado das pessoas é uma responsabilidade ética e moral. Existe muito sofrimento humano na região de Darfur. Para mim, enquanto advogado, trata-se de um genocídio. Morreram mais de 400.000 pessoas e foram destruídas mais de 2.000 vilas. A violação é utilizada como uma arma de guerra e as jovens sudanesas, mesmo as que têm apenas 8 anos, continuam a ser violentadas. Muitas violações são perpetradas em frente aos familiares das jovens, para os humilhar. Apesar das graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, a justiça não funciona no meu país. Existe uma atmosfera de total impunidade e os responsáveis ainda não foram julgados. Falamos de impunidade porque o nosso sistema judicial é incompetente e incapaz de fazer justiça."

O seu país atravessa um conflito violento que já custou centenas de milhares de vidas e forçou muitos milhões de pessoas a abandonarem as suas casas. Quais são, na sua opinião, as chaves para a paz e para a reconciliação em Darfur?

- "Nunca existirá paz em Darfur e no Sudão se não for feita justiça, porque não há paz sem justiça. A justiça é um elemento básico e fundamental para que possa existir paz e não pode ser posta em causa por motivos políticos. No Sul do Sudão morreram mais de dois milhões de pessoas e cerca de quatro milhões de pessoas foram deslocadas. A justiça não tem como objectivo a vingança, mas sim alcançar uma paz duradoura e uma possível reconciliação. A natureza das atrocidades nunca permitirá que as vítimas e os sobreviventes esqueçam o sofrimento a que foram sujeitos. É por isso que a justiça é tão importante."

Depois de um longo silêncio, a comunidade internacional despertou para a questão. O que pode a Europa fazer pela região de Darfur e que medidas devem ser tomadas?

- "Para muitas vítimas e sobreviventes, a intervenção da comunidade internacional foi demasiado lenta. Muitas resoluções do Conselho de Segurança da ONU nunca foram implementadas de forma eficaz. No entanto, foi a comunidade internacional e, designadamente a Europa, os EUA e o Canadá, que permitiram que mais de 5 milhões de pessoas sobrevivessem, através do auxílio humanitário prestado. Os europeus permitiram que as vítimas sobrevivessem, mas isso não é suficiente. É necessário proteger a vida das pessoas e ajudá-las a regressar às suas casas com segurança e dignidade. Não é aceitável deixar as pessoas em campos de refugiados durante mais de quatro anos, como é o caso. É necessário que a Europa se preocupe mais com a situação em Darfur e manifeste a sua solidariedade com o seu povo, tal como acontece nos EUA. A Europa deve pressionar o governo do Sudão para que permita a intervenção de uma força híbrida e tem a responsabilidade de enviar tropas para Darfur. Vou apelar aos líderes europeus para que pensem na sua responsabilidade moral, ética e legal na protecção da vida das pessoas, e para que evitem que o governo destrua as nossas comunidades."

Em que medida poderá este Prémio, anteriormente entregue a Nelson Mandela, alterar e ter um impacto significativo no seu trabalho?

- "É uma honra indescritível receber o mesmo Prémio que Nelson Mandela. Gostaria muito de o conhecer pessoalmente. É fantástico que o Parlamento Europeu tenha decidido atribuir o Prémio Sakharov a Nelson Mandela e agora mo tenha atribuído a mim. O facto de o meu trabalho vir a ser conhecido por outras pessoas enche-me de coragem e de determinação. As pessoas começaram a compreender que este Prémio não é só para mim, mas sim para a região de Darfur, para o Sudão e para todo o continente africano."


Para saber mais :
Prémio Sakharov 2007 (flash)
Dossier Prémio Sakharov 2007: pelos que lutam por um mundo melhor e mais justo
Dossier: A crise humanitária em Darfur
Troca de pontos de vista com Salih Mahmoud Mohamed Osman, galardoado com o Prémio Sakharov em 2007
Lista de vídeos
Entrevista Áudio com Salih Mahmoud Osman (em inglês)


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