Se depender do governador Olívio Dutra, as próximas edições do Fórum Social Mundial serão realizadas no Rio Grande do Sul. A idéia foi apresentada ontem pelo próprio governador, que abriu as portas do Estado para as próximas edições do evento diante dos mais de cem representantes de 60 organizações de 30 países que integram o Comitê Internacional do Fórum Social Mundial.
O comitê foi recebido por Olívio na manhã de ontem no Galpão Crioulo do Palácio Piratini. O grupo permanecerá no local por dois dias finalizando os preparativos para a realização do Fórum, cuja abertura oficial está marcada para a noite de quinta-feira no prédio 40 da PUC. O evento trará ao Estado milhares de militantes, políticos e autoridades de partidos de esquerda e integrantes de organizações não-governamentais (ONGs).
"Sejam todos bem-vindos e bem-vindas. É uma grata satisfação e honra recebê-los em nome do povo gaúcho e do governo do Estado", disse Olívio. Acompanhado do vice-governador Miguel Rossetto e do chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii, Olívio afirmou que quer disponibilizar ao Fórum não só o espaço geográfico, mas também o espaço cultural, político e social do Rio Grande do Sul. "Temos um profundo e necessário respeito pelas entidades do Comitê Internacional, que nestas duas ocasiões em que o Fórum ocorre aqui nos ensinaram muito e nos instigaram a solidariedade ainda maior. Reafirmamos nossa disponibilidade e contem com o nosso compromisso de acolhê-los sempre que assim decidirem", avisou o governador gaúcho.
A escolha do galpão crioulo para sediar os trabalhos do comitê não foi casual. Logo no início do encontro uma cuia de chimarrão já circulava entre os visitantes como símbolo da calorosa hospitalidade gaúcha aos estrangeiros. Olívio se reuniu com o comitê pela última vez no final de outubro do ano passado, quando esteve em Dacar, no Senegal, para a última reunião antes do Fórum Social. Na ocasião, Olívio propôs a realização da Conferência da Paz em razão dos ataques terroristas ocorridos nos Estados Unidos em setembro, um dos principais eventos paralelos desta
edição do Fórum.
À imprensa, Olívio lembrou que "a busca por um mundo sem guerras será o centro das discussões dos cinco dias do Fórum Social. O espaço do Fórum é de protagonismo com democracia. O mundo não pode se submeter nem ao terrorismo de Bin Laden, nem ao terrorismo de Estado de George Bush".
Rodimar Oliveira
Agência RBS