Ref. :  000040857
Date :  2017-01-25
Language :  Portuguese
Home Page / The whole website
fr / es / de / po / en

Índice de Percepção da Corrupção 2016: Círculo vicioso de corrupção e desigualdade deve ser rompido

O número crescente de políticos populistas em muitos países é um sinal de alarme


O ano de 2016 mostrou que, ao redor do mundo, a corrupção sistêmica e a desigualdade social reforçam uma à outra, levando à falta de confiança popular nas instituições políticas e gerando um solo fértil para o crescimento do populismo.



Sessenta e nove por cento dos 176 países no Índice de Percepção da Corrupção 2016 alcançaram menos de 50 pontos em uma escala de 0 (percebido como altamente corrupto) a 100 (percebido como altamente íntegro), expondo como a corrupção é massiva e pervasiva do setor público em escala global. Este ano, mais países caíram do que subiram no índice, demonstrando a necessidade urgente de ação.

Sem oportunidades iguais para todos

A corrupção e a desigualdade alimentam uma à outra, criando um círculo vicioso entre corrupção, distribuição desigual de poder na sociedade e distribuição desigual de riqueza. Como os Panama Papers mostraram, ainda é muito fácil para os ricos e poderosos explorarem a opacidade do sistema financeiro global e enriquecerem às custas do bem público.

“Em muitos países, as pessoas são privadas de suas necessidades mais básicas e vão dormir com fome todas as noites por causa da corrupção, enquanto os poderosos e corruptos aproveitam estilos de vida luxuosos de forma impune”, disse José Ugaz, presidente da Transparência Internacional.

“Nós não podemos nos dar ao luxo de perder tempo. A corrupção precisa ser combatida com urgência para que a vida das pessoas melhore, em todo o mundo”, adicionou Ugaz.

Grandes casos de corrupção, da Petrobras e Odebrecht no Brasil até o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, mostram como o conluio entre empresas e políticos subtrai das economias nacionais bilhões de dólares que foram canalizados para beneficiar poucos às custas de muitos. Esse tipo de corrupção sistêmica e em larga escala viola os direitos humanos, impede o desenvolvimento sustentável e alimenta a exclusão social.

No entanto, o país demonstrou em 2016 que por meio do trabalho independente de agentes da lei é possível punir aqueles que antes eram considerados intocáveis.

Populismo é o remédio errado

As pessoas estão fartas de tantas promessas vazias de combate à corrupção, e por este motivo estão recorrendo a políticos populistas que prometem mudar o sistema e romper o ciclo da corrupção e do privilégio. No entanto, é provável que isso apenas aumente o problema.

“Em países com líderes populistas ou autocráticos, nós geralmente vemos democracias em declínio e um padrão perturbador de tentativas de repressão da sociedade civil, limitação da liberdade de imprensa e da independência do judiciário. Em vez de combater o capitalismo clientelista, esses líderes geralmente instalam sistemas corruptos ainda piores”, disse Ugaz. “Somente quando há liberdade de expressão, transparência em todos os processos políticos e instituições democráticas fortes, a sociedade civil e a mídia podem responsabilizar aqueles que estão no poder e combater a corrupção com sucesso”.

A pontuação da Hungria e da Turquia no índice, países que viram a ascensão de líderes autocráticos, caiu nos últimos anos. Em contraste, a pontuação da Argentina, que terminou com um governo populista, está começando a melhorar.

O que precisa ser feito

Ajustes técnicos em leis específicas anticorrupção não são o suficiente. O que é urgentemente necessário são reformas sistêmicas profundas, que corrijam o desequilíbrio crescente entre poder e riqueza por meio do empoderamento social para acabar com a impunidade, responsabilizar os poderosos e garantir que as pessoas tenham voz nas decisões que afetam suas vidas.

Essas reformas devem incluir a divulgação, por meio de registros públicos, de quem são os verdadeiros donos de empresas, assim como punições aos profissionais cúmplices que tornam possível a movimentação de dinheiro ilícito através das fronteiras.

Os resultados

O Índice de Percepção da Corrupção 2016 trata das percepções de corrupção no setor público em 176 países. Clique aqui para ver o Índice completo.

A Dinamarca e a Nova Zelândia têm o melhor resultado, com 90 pontos, seguidas de perto pela Finlândia (89) e Suécia (88). Embora nenhum país seja livre de corrupção, os países no topo compartilham características de governo aberto, liberdade de imprensa, liberdades civis e sistemas judiciais independentes.

Pelo décimo ano seguido, a Somália possui o pior desempenho no índice, com apenas 10 pontos este ano. O Sudão do Sul é o penúltimo colocado com 11 pontos, seguido pela Coreia do Norte (12) e a Síria (13). Países nas últimas colocações do índice são caracterizados pela ampla impunidade da corrupção, governança fraca e instituições frágeis.

Países em regiões prejudicadas por problemas, particularmente no Oriente Médio, observaram uma queda mais substancial este ano. O Catar sofreu o maior declínio comparado ao índice de 2015, com uma queda de 10 pontos. “Os escândalos da FIFA, as investigações sobre a decisão de sediar a copa do mundo em 2022 no Catar e os relatórios dos abusos de direitos humanos com trabalhadores imigrantes têm claramente afetado a percepção sobre o país”, disse Ugaz.

Baixe mais informações, incluindo gráficos traduzidos


Countries : 
- France   

Rate this content
 
 
 
Same author:
 flechePromise and peril : Blockchain, Bitcoin and the fight against corruption
 flecheCorruption perceptions index 2016
 flecheEuropean citizens want to speak up – but fear the consequences
 flecheGlobal corruption barometer: Europe and Central Asia
 flecheCorruption perceptions index 2015
 flecheCorruption Perceptions Index 2014: Clean Growth at Risk
 flecheGlobal companies silent on local impact, Transparency report shows
 flecheTo Conserve Forests, Climate Funds Must Cut Out Corruption
 flecheCorruption Perceptions Index 2013
 flecheG20 Leaders: Unmask the Corrupt
 flecheFighting corruption in South Asia: Building accountability
 flecheThe drought industry
 flecheTime to put transparency on Central Africa’s agenda
 flecheBlacklisting the corrupt: why the EU debarment system does not workf
 flecheCorruption Perceptions Index 2013
 flecheCorruption Perceptions Index: Corruption around the world in 2013
 flecheWhistleblowing in Europe: Legal protections for whistleblowers in the EU
 flecheTwo-thirds of parliaments fail to be watchdogs of Defence corruption
 flecheAnnual Report 2012
 flecheCorruption Perceptions Index 2012
 flecheResponse to global crises must prioritise zero tolerance for corruption
 flecheEfforts to curb foreign bribery remain inadequate
 flecheCorruption threatens global economic recovery, greatly challenges countries in conflict
 flecheEmerging economic giants show high levels of corporate bribery overseas
 flecheWorld leaders, visionaries, advocates meet to find solutions to scourge of corruption
 flechePersistently high corruption in low-income countries amounts to an “ongoing humanitarian disaster”
 flecheCorruption in the water sector is an overlooked threat for development and sustainability
 flecheGlobal corruption barometer 2007
 flecheGlobal Corruption Barometer 2007 - pressure is rising
 flecheTransparency International annual membership meeting
 flechePersistent corruption in low-income countries requires global action
 flecheLes principaux pays exportateurs de l'OCDE continuent à verser des pots-de-vin à l’étranger
 flecheGlobal Corruption Report 2007
 flecheCounterfeit drugs kill thousands each year and accelerate spread of drug-resistant diseases
 flecheCorruption still rampant in 70 countries, says Corruption Perceptions Index 2005
 flecheUnited Nations International Anti-Corruption Day
 flecheTransparency International corruption perceptions index 2004
 flecheChina audit report reveals widespread abuse of public funds but marks a shift towards transparency
 flecheUN launches new global convention against graft on
December 9th

 flecheTransparency International condemns arrest of civil society leaders in Zimbabwe
 flecheProcès Elf : un pari gagné contre l'impunité
 flecheUN should support ICC investigations into links between corrupt business and war crimes in DRC
 flechePresident Lula should 'use his mandate' to fulfil election promise to tackle corruption
 flecheTI urges APEC to implement transparency standards and calls for a swift revival of WTO negotiations on transparency in government procurement
 flecheCorruption Perceptions Index 2003
 flecheCorrupt political elites and unscrupulous investors kill sustainable growth in its tracks, highlights new index
Other items
where is published this article:
13
SEARCH
Keywords   go
in