Barroso sobre o resultado da cimeira do G7 em Bruxelas, de 4-5 de junho

Terminou a cimeira d G7, organizada pela União Europeia. Os dois comunicados dos líderes do G7 estão disponíveis na Internet: o comunicado de 5 de Junho de 2014 está disponível aqui, e o comunicado dos líderes do G7 sobre Política Externa, de 4de Junho de 2014, está disponível aqui. Na conferência de imprensa de encerramento, o Presidente Barroso fez os seguintes comentários aos resultados da cimeira do G7:

Geral

“Há algum tempo não esperávamos reunir aqui em Bruxelas para o G7, mas valeu a pena. Foi uma cimeira bem-sucedida, com boas discussões e um assinalável nível de convergência. Temos unidade e empenho comum num leque de questões geoestratégicas para liderar a resposta global.

Agrada-me particularmente que o G7 tenha formalmente apoiado muitas iniciativas chave apresentadas pela UE: desde a nossa intenção de organizar uma conferência de doadores à nossa abordagem à segurança energética. Continuaremos a impulsionar políticas e o progresso em todas estas áreas. O G7 confirmou também a intenção de alcançar um acordo ambicioso e vinculativo para o clima até 2015, como várias vezes apelámos, e, em relação ao desenvolvimento, o G7 toma medidas em áreas em que liderámos pelo exemplo, como a segurança alimentar, a saúde e a vacinação.”

Sobre a Ucrânia

“A mensagem mais importante é claramente que o G7 está unido em prol da Ucrânia. Deixámos claro que apoiamos a nova liderança, política e economicamente, deixámos claro que apoiamos os cidadãos ucranianos que querem viver num país soberano, livre, democrático e que desejamos próspero.

A responsabilidade da UE é especial, por ser na sua vizinhança, daí termo-nos mobilizado rapidamente e já destaquemos assistência técnica e financeira para a Ucrânia.

É por isso que visamos assinar as restantes partes do Acordo de Associação o mais depressa possível. As duas partes estão empenhadas.

O G7 concordou, como próximo passo concreto, com a organização de uma reunião de alto nível de coordenação de doadores, pela CE, no próximo mês, aqui em Bruxelas.
O nosso grupo de membros em sintonia da comunidade internacional está também unido no enviar de uma mensagem decidida à Rússia, para que esta reconheça e se envolva plenamente com as autoridades ucranianas, nomeadamente o recém-eleito Presidente ucraniano, o Sr. Poroshenko, e para que esta tome medidas concretas e credíveis para acalmar a situação na zona oriental da Ucrânia.

Estamos preparados para tomar mais medidas, se tal for necessário.”
Sobre o comércio

“Renovámos o compromisso de explorar ao máximo o enorme potencial para crescimento e emprego inerente ao manter dos mercados abertos e da liberalização do comércio global, daí visarmos a rápida conclusão das negociações comerciais em curso, a implementação dos compromissos multilaterais decorrentes de Bali e o apoio total aos esforços da OMC para a conclusão da Ronda de Doha.
Concordámos também que, enquanto líderes do G7, temos de explicar publicamente com mais força as vantagens da abertura comercial em termos de consequências concretas para o crescimento e para o emprego, respondendo especialmente aos receios dos mais vulneráveis e dos que se sentem, por vezes, alienados das vantagens da liberalização comercial.”

Sobre a energia

“Alegra-me ver a cimeira apoiar os princípios e medidas da Iniciativa Energética do G7 em Roma. Isso garantirá que os nossos cidadãos e empresas beneficiarão de energia mais limpa, segura e garantida do que no passado. Concordámos que a segurança energética é uma questão geopolítica de elevada importância.
A CE apresentou, pela UE, uma prosposta para uma Estratégia de Segurança Energética, a debater a 27 de Junho no Conselho, e espero que seja aprovada. Se não for agora, quando poderemos chegar a acordo sobre trabalho tão fulcral? Acredito também que a questão está também relacionada com as alterações climáticas, pois quanto menos dependentes formos dos combustíveis fósseis, encontrados por vezes em zonas problemáticas do mundo, e quanto mais dependermos de recursos renováveis e autóctones, melhor será a segurança no fornecimento.”

Sobre alterações climáticas

“Tanto para bem da proteção ambiental como da segurança energética, é fundamental que aumentemos esforços no combate às alterações climáticas. 2015 será um ano crucial e acredito que o mundo poderá contar com os nossos ambiciosos contributos antes da conferência da ONU sobre clima, em Paris. Todos no G7 concordaram ser esta a data chave. Contamos ter um acordo multilateral, além dos compromissos nacionais já em vigor. Sobre essa questão, felicitei especificamente o Presidente Obama pelas medidas domésticas anunciadas recentemente.”
Sobre o desenvolvimento

“Esta cimeira do G7 mostrou, novamente, que a justiça e a solidariedade para com os mais desfavorecidos é uma das nossas maiores preocupações. Concordámos que todos nós trabalhamos para um resultado ambicioso nas negociações da agenda universal de desenvolvimento pós-2015 e tivemos tempo para debater algumas iniciativas concretas, importantes da perspetiva da saúde, pelo menos.”

Conclusão

“Concordámos numa posição forte e clara em relação à Ucrânia e demos igualmente provas do nosso empenho e investimento no comércio, na energia, nas alterações climáticas e no desenvolvimento, mas esta reunião foi muito mais do que apenas concordar em relação a um papel ou um comunicado, pois a multitude de desafios graves que todos enfrentamos demonstrou novamente a importância da cooperação próxima entre parceiros em sintonia que partilham dos valores da liberdade e da democracia.

Em Bruxelas, nesta importante cimeira do G7, reafirmámos, com força e convicção, o nosso compromisso com esses valores e com uma ordem internacional assente no Estado de Direito.”