Em Junho de 2007, o Conselho Europeu convidou o PE a apresentar um projecto de iniciativa sobre a repartição de lugares até Outubro de 2007, para permitir que a sua discussão e adopção pudesse ter lugar durante a Cimeira de Lisboa.
O novo tratado reformador fixa um limite máximo de 750 eurodeputados, estipulando um número mínimo de 6 e um número máximo de 96 eurodeputados por Estado-Membro. Actualmente existem 785 membros, mas trata-se de um número provisório, decorrente da adesão da Bulgária e da Roménia.
A nova composição do Parlamento Europeu será decidida pelo Conselho Europeu, com base na proposta apresentada pelo PE e após aprovação do plenário.
O relatório Lamassoure-Severin
O relatório de iniciativa elaborado pelos eurodeputados Alain Lamassoure (Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus) e Adrian Severin (Grupo Socialista) foi aprovado pela Comissão dos Assuntos Constitucionais no passado dia 2 de Outubro. De acordo com o relatório, a redistribuição deverá ser feita em função do princípio da "proporcionalidade degressiva". Deste modo, o número de assentos é definido em função da população de cada Estado-Membro, garantindo-se, simultaneamente, uma representação justa dos países menos populados. Isto significa que alguns Estados-Membros terão mais assentos e outros menos assentos do que actualmente. Neste sentido, os Estados-Membros mais populados devem aceitar dispor de uma percentagem de assentos inferior à que obteriam se os cálculos fossem feitos em função exacta da sua população.
De acordo com o eurodeputado francês Alain Lamassoure, "tendo em conta os prazos, não foi possível propor um sistema definitivo: trata-se apenas de um primeiro passo para a proporcionalidade degressiva. Mas é, sem dúvida, a única solução que pode ser aceite por todos os Estados-Membros para as eleições de 2009. É provável que tenhamos que voltar a este assunto aquando de futuros alargamentos da União Europeia ou por questões demográficas".
Questionado sobre a possibilidade de obter uma maioria no plenário, o eurodeputado romeno Adrian Severin referiu que espera "obter uma larga absoluta no plenário, uma vez que isso permitirá fortalecer a mensagem política do PE. No entanto, para que seja possível tomar decisões importantes, os eurodeputados terão que ultrapassar a subjectividade nacional e o oportunismo eleitoral".