O Parlamento Europeu solicita à Comissão e aos restantes parceiros comerciais que "cumpram o ambicioso programa da Agenda para o Desenvolvimento de Doha, tendo plenamente em conta a dimensão do desenvolvimento", manifestando preocupação com as "implicações graves e debilitadoras" destes fracassos para o sistema comercial multilateral. As negociações devem estar ao serviço da redução da pobreza e de uma repartição mais equitativa dos benefícios da globalização, declaram.
Agricultura
A meta a alcançar em Hong-Kong, no que diz respeito à agricultura, tem de incluir "a eliminação progressiva, e em tempo oportuno, de todas as subvenções à exportação", aplicada em paralelo por todos os países desenvolvidos membros da OMC, incluindo as que revestem a forma de ajuda alimentar, de subsídios à exportação e de empresas comerciais estatais.
Os deputados salientam que se impõe, igualmente, uma "redução substancial das ajudas internas, fonte de distorção do comércio", bem como uma melhoria sensível do acesso aos mercados - neste contexto, reiteram o apoio à reforma da PAC.
É também importante que seja encontrada uma solução para os produtos sensíveis. Uma "verdadeira solução" é pedida, por exemplo, para o problema do algodão, devendo ser "eliminado todo e qualquer apoio à exportação para o algodão nos países desenvolvidos antes do final de 2010". Os deputados exortam, em especial, os Estados Unidos a seguirem o exemplo da União Europeia reformando o seu mercado do algodão.
Serviços
A conferência ministerial de Hong-Kong deve lançar "as bases para um acordo ambicioso em matéria de comércio de serviços", aumentando, por um lado, o acesso ao mercado dos prestadores dos serviços comunitários e, por outro, protegendo a liberdade de todos os membros da OMC de regularem os seus sectores. A UE "tem todo o interesse no alargamento das oportunidades de exportação para prestadores dos serviços", declaram os deputados, considerando que há ainda que fazer "progressos substanciais" neste domínio (com excepção da saúde, da educação e dos serviços audiovisuais). Dada a ausência de progressos, até à data, nas negociações de Doha, deverão ser examinadas "outras abordagens com vista a uma maior abertura do mercado dos serviços, no respeito pelos interesses dos países menos desenvolvidos", concluem.
A delegação do Parlamento Europeu que irá a Hong Kong a 12 de Dezembro é composta pelos seguintes deputados:
Enrique Barón Crespo (PSE, ES)
Presidente da delegação e da Comissão do Comércio Internacional do PE
Godelieve Quisthoudt-Rowohl (PPE/DE, DE)
Glenys Kinnock (PSE, UK)
Daniel Varela Suanzes-Carpegna (PPE/DE, ES)
Margrietus Van den Berg (PSE, NL)
Peter Šťastný (PPE/DE, SK)
Giulietto Chiesa (ALDE, IT)
Robert Sturdy (PPE/DE, UK)
Jean-Claude Martinez (NI, FR)
Zbigniew Zaleski (PPE/DE, PL)
Seán Ó Neachtain (UEN, IE)
Kathy Sinnott (IND/DEM, IE)
Erika Mann (PSE, DE)
Helmuth Markov (CEUE/EVN, DE)
Jean-Pierre Audy (PPE/DE, FR)
Paul Rübig (PPE/DE, AT)
David Martin (PSE, UK)
Johan Van Hecke (ALDE, BE)
Maria Martens (PPE/DE, NL)
Georgios Papastamkos (PPE/DE, EL)
Marie-Hélène Aubert (Verdes/ALE, FR)
Vittorio Agnoletto (CEUE/EVN, IT)
Harlem Désir (PSE, FR)
Stéphane Le Foll (PSE, FR)
Caroline Lucas (Verdes/ALE, UK)
Javier Moreno Sánchez (PSE, ES)
Jorgo Chatzimarkakis (ALDE, DE)
Sajjad Karim (ALDE, UK)
Daniel Caspary (PPE/DE, DE)
Christofer Fjellner (PPE/DE, SE)