O Fórum Econômico Mundial de Davos termina com um importante avanço. As pressões dos países em desenvolvimento como o Brasil, África do Sul e Índia influíram na decisão da União Européia e da Organização Mundial do Comércio de retomarem em breve uma nova rodada de negociações para liberalização do comércio, incluindo na pauta a agricultura.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, que em abril deverá visitar Porto Alegre a convite do prefeito Tarso Genro, disse que acredita em mudanças. Segundo Iglesias, ainda não dá pra saber se a economia dos Estados Unidos terá um ajuste violento ou calmo, o que, inevitavelmente, se refletirá em conseqüências na economia mundial. Isso porque o país detém 20% do Produto Interno Bruto mundial (PIB).
Para o presidente do BID, a América Latina terá reflexos positivos dessa situação, porque, com a queda na taxa de juros, receberá um maior volume de capitais. Mas, de outro lado, acredita, as commodities vão ser afetadas. Enrique Iglesias lembrou que, em Davos, se falou muito da nova ordem econômica internacional. Para que essa nova ordem beneficie a pobreza e a renda dos países pobres, salientou, é preciso dar oportunidade de abrir os mercados, o que fortalecerá o peso das commodities.
Isso é um instrumento fundamental, embora ninguém fale sobre o assunto. Vale insistir que a abertura dos mercados é um dos instrumentos mais eficientes para melhorar a situação dos pobres no mundo avaliou.
O presidente do BID classificou o Fórum Social Mundial, que se encerrou ontem em Porto Alegre, como um evento democrático. Segundo ele, é correto expor as idéias e confrontações existentes hoje em relação à globalização. Da mesma forma, considera positivo e construtivo oferecer uma alternativa viável à globalização.
Ana Amélia Lemos
Enviada Especial/Davos