A prefeitura de Genebra, na Suíça, discutiu durante oito anos com os idosos locais a necessidade de instalação de bancos numa rua. O caso foi citado ontem pelo vereador suíço do Partido Solidariedade, Mino Jacques, em encontro com o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, como exemplo das dificuldades que os administradores da cidade enfrentam para se relacionar com a população de 250 mil habitantes.
Jacques integra a comitiva de 10 suíços inscritos no Fórum Social Mundial, que se realiza a partir de hoje em Porto Alegre. O vereador lembrou que, ao contrário do que ocorre no Brasil, não falta dinheiro aos prefeitos suíços, mas a participação popular nas decisões governamentais é motivo de preocupação.
O grupo, liderado pelo vice-prefeito de Genebra Manuel Tornare, do Partido Socialista, visitou também o governador Olívio Dutra. Tornare disse que, além de trocar experiências, a comitiva veio ao Fórum para mostrar que a direita não é majoritária em Genebra. Pelo sistema administrativo suíço, quatro vice-prefeitos de partidos distintos se revezam no cargo de prefeito. Cada um assume o posto por um ano, ao longo de um mandato de quatro anos. A realização dos Fóruns de Davos e de Porto Alegre ressaltou a divisão política existente na cidade suíça: dois vices foram ao encontro em seu país, e outros dois participam da reunião do Brasil.
Durante o encontro na prefeitura, Tarso brincou com Tornare: "Espero que tenhas mais dinheiro para administrar do que eu". A expectativa do prefeito não se confirmou. A prefeitura de Porto Alegre tem um Orçamento anual de US$ 654,5 milhões, e a de Genebra, de US$ 650 milhões.
Agência RBS