Algumas palavras, expressões e conceitos que fazem parte do vocabulário dos temas tratados nas conferências do Fórum Social Mundial:
Globalização
Há várias definições. Um conceito simples e abrangente descreve a globalização como um fenômeno decorrente dos avanços tecnológicos que permitem a transmissão de informações com extrema rapidez de qualquer parte do planeta para qualquer lugar do planeta. A globalização financeira se refere à possibilidade de que o capital possa circular pelo planeta em segundos e sua conseqüências sobre a economia dos países.
Globalização solidária
Expressão usada pelos que defendem um modelo alternativo de globalização, pelo qual as vantagens do fenômeno sejam estendidas aos pobres.
Liberalismo
Doutrina que serviu de fundamento ideológico às revoluções anti-absolutistas que ocorreram na Europa nos séculos XVII e XVIII e à luta pela independência dos Estados Unidos. Prega a liberdade individual, o direito a propriedade, a democracia representativa com a separação e independência entre os poderes, a livre iniciativa e concorrência como princípio básico capaz de harmonizar os interesses individuais e coletivos.
Neoliberalismo
Teoria econômica que ganhou corpo logo depois da Segunda Guerra Mundial, na Europa e nos Estados Unidos, como uma reação ao modelo do Estado de bem-estar social. O modelo neoliberal considera a intervenção do Estado uma ameaça à liberdade econômica e política. Seu objetivo principal era combater a forte influência das teorias de Jonh Maynard Keynes e, assim preparar as bases de um novo capitalismo. Uma das obras mais importantes da corrente é O Caminho da Servidão, do economista austríaco Fridrich A. Hayek, escrito 1944.
Consenso de Washington
É como ficou conhecido o conjunto de teses de autoria do economista norte-americano John Williamson, que teve grande influência nas transformações das economias latino-americanas nos anos 90. Foram apresentadas em seminário internacional, realizado na capital dos Estados Unidos em 1989,e apoiadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial. As principais recomendações de Williamson eram disciplina fiscal, redirecionamento dos gastos públicos, reforma tributária, taxas de juros livres, câmbio competitivo, abertura
comercial, liberdade para investimentos externos e privatização de estatais.
Le Monde Diplomatique
O Diplô, como é conhecido foi editado pela primeira vez há 50 anos. No início, era um suplemento mensal do jornal diário francês Le Monde, mas ganhou autonomia e fama como publicação crítica do neoliberalismo. É presidido por Ignacio Ramonet e seu diretor-geral é Bernard Cassen. Entre seus redatores e colaboradores estão Noam Chomsky, o subcomandante Marcos,
José Saramago, François Chesnais e Ahmed Bem Bella. É administraddo pela sociedade anônima Le Monde diplomatique SA, que tem como acionistas o próprio Le Monde, a equipe de jornalistas, representada pela Associação Gunter Holzmann, e a associação Les Amis du Monde diplomatique (Associação dos Amigos do jornal), que reúne mais de 10 mil leitores. A edição em português só está disponível na Internet: www.diplo.com.br.
Capital especulativo
Volume de recursos, que graças aos avanços da tecnologia de transmissão de informações, pode circular pelas praças financeiras em segundos. Esses recursos não são investidos na produção de bens, mas em bolsas de valores e nos chamados mercados futuros, nos quais é possível ganhar jogando com a variação de preços e taxas de juros.
Attac
Sigla de Ação pela Tributação das Transações Financeiras e Apoio aos Cidadãos, movimento iniciado na França que defende a tributação do capital especulativo. É presidida pelo editor do Le Monde Diplomatique, Bernard Cassen. A entidade também é contra o Acordo Multilateral de Investimentos, que prevê a liberalização dos investimentos internacionais.
Taxa Tobin
É como ficou conhecida a proposta de ser aplicar uma taxa a todas as operações financeiras. Foi proposta em 1972, pelo economista norte-americano James Tobin, que recebeu em 1981 o prêmio Nobel da Economia, pelos seus trabalhos de investigação sobre as relações entre os mercados financeiros e o emprego, a produção e os preços. Pela proposta, o dinheiro arrecadado será aplicado na para estabilização de países cuja economia seja afetada por crises decorrentes da especulação financeira.